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Será que terei de ser rei?
Desço a Mangaba de frente pra Fonte a pedir
Iaiá quero tê-la no mar
Que é onde não há mais razão pra fugir
Deita o verde nas pedras
Pra beijar o mar
Desço verde de casa
Só pra te encontrar
Volta pro mar sereia
Assim como a princesa tem o seu castelo
A sereia tem o seu império
De cor azul Moreré
Com corais na cintura e o samba no pé
Volta pro mar sereia
Posso te achar em Gamboa onde
Minh’alma sempre vai pra ficar à toa
Gorila bangalô ficou de me avisar
Com a luz do farol vai te ver passar
Volta pro mar sereia
Será que terei de ser rei pra lhe ter?
Será que terei de ser rei?
Será que verá que não há quem dirá?
Que fomos feitos para amar
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2. |
Garoa
03:09
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Garoa
Garoa
Vai e vem
Respingos de sorte
No povo
Faz renascer a fé
Chega chegando de mansinho
Como quem não quer nada
Ela só quer passar
Antes que o céu queira cair
Correndo ela vem anunciar
Venturas de bem estar
Pra quem souber amar.
Garoa
De boa
Derrama a sorte
De novo
Vem só pra quem lhe quer
Até a pé ela vem e vai
Encharca os passos
De quem só quer dançar pra si
Descompassar no tempo
Destoar outra vez o tom
Ela só quer passar
Ela vem
E vai
Encharca
Traz
O bem estar
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3. |
O canto da cigarra
03:00
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O canto da cigarra
Sobe a poeira
Descendo a ladeira
Morena que volta
Da lida sofrida pro lar
Canta a cigarra,
Canta a cigarra
Fumaça levanta
Com a paz no olhar
Boca seca garganta
Um lagarto se atenta ao me ver passar
Por que sou da terra
Porque sou da terra
Porque sou da terra do sol e do mar
Coruja que canta
Com mel na garganta
Carrega nas veias
O dom de saber se esconder
Na madrugada,
Na madrugada
A flor que se cansa
Que cheiro não dá
Que se queixa da nuvem
Que não quer chorar
Vivendo feliz e me assombra
Só por que sou da terra
Porque sou da terra
Porque sou da terra das estrelas e luar
Sou das palavras
Também de Cortázar
No bolso o cigarro
Com o punho desnudo a escrever
Bula dos seres,
Bula dos seres
De olhos bem grandes
Pensando "os meus
Dentes me mordem"
Nos dedos o verde de tanto
Viver o cantar
A natureza do ser ser (4x)
Por que sou da terra
Porque sou da terra
Porque sou da terra do povo que espera o carnaval
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4. |
Filhos da luta
02:03
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Filhos da luta
Hoje eu fiz um samba pra desabafar
porque sem ele, vou te contar
Mais uma guimba
outra treta
baita trova
tanta mutreta
o lero é o mesmo
só muda a letra
É o mexe-mexe
a taxa bruta
o ágil ota
a grana curta
somos bem filhos da luta
Quero que esse samba venha pra valer
a juventude que não pode morrer
Ainda bem que a censura não perdura
Canto para um dia findar esse mal
mas nem que seja no juízo final….porque
É tanta copa
é muita fossa
pouca bossa
e toda a culpa continua sendo nossa
Mas ainda viro essa mesa
que com cerveja é barril
e cantando à cara da tristeza
mudo meu nome pra Brasil
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5. |
Temporal
03:17
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Temporal
Todo o barco
tem seu nome
assim como a flor
que brota
no meu jardim
e eu sei
que o capitão falou
que o vento
não é páreo
para o ronco do motor
Ó meu bem
deixa a maré te levar
deixa estar
Pois tudo o que agora
eu vejo em alto mar
o vento sopra a vela
me faz navegar
e a lua que ilumina
meu caminho
pra me ver passar
Cai a noite
a terra engole o sol
e as nuvens informam
vem o temporal
pra ver o desespero
em teu olhar
ao perceber
que o mundo irá desabar
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6. |
O equilibrista
03:22
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O equilibrista
Olha só
Lá vem eles à armar o circo
Há bandeiras no ar
E a cidade inteira a se enfeitar
Há tantas cores
Há números, nome e animais
Há quem vá atrás
Promessas de felicidade não irão faltar
Duzentos milhões de palhaços
Alguns domadores e mágicos
E eu só com meu monociclo a me equilibrar
Hoje a mulher fez a barba
Mas continua a governar
E me disseram que o ingresso do circo tende a aumentar
E quem vai pagar?
Eu
Sou
Mais um
Como você
É
Só
Mais um
Somos equilibristas
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7. |
Subtropicarnaval
03:01
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Subtropicarnaval
Vai nascer o dia
São quase seis horas e o céu está tão lindo
Multicolorindo toda a Bahia
Toda a guria
É tudo alegria porque esse som
É subtropicarnaval
Guanabara
A tarde cai e ver suas luzes do alto é a coisa mais rara
Jóia tão rara de se ver
Quem te tem não consegue te esquecer
E é isso que me fez escrever esse som
Que é subtropicarnaval
Faz tão frio aqui no sul
O verde da serra se veste toda de branco
Pra beijar o céu azul
Beijar teu corpo nu junto ao meu
Ecoando esse som
Que é subtropicarnaval
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8. |
Barba braba
03:59
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Barba braba
Barba velha Barbacena
Meia boca volt'meia
Barba feita
Brava barba brasileira
Reza a lenda barba branca
Barba braba feito lã de ovelha
Teia velha
Fio de pescafé de meia
A navalha da roda
Que vive a rodar
Decepando os anseios de cá e acolá
Mas é na barba braba que a filosofia vem morar
A brasilia enguiçada trancando o querer
Mais o fio abusado que corta o viver
Barba braba vem e faz crescer
Barbeleira
Brasileira
E tem machado
Tem Glauber
Moraes e tem Gil
Tem Hermeto
Caetano
Tem Chico e os Ramil
Todos filhos da pátria mãe gentil
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